segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Falta a estampa. Falta?

Temos essa necessidade de expor as coisas, não é?


Recentemente alguém disse que eu estava demonstrando uma cara depressiva e isso se somava á música que estava ouvindo na ocasião. Devo mencionar o quanto isso me deixou irritado? Devo.



Neste momento, no momento da comparação, eu deveria está com essa cara, seja lá qual for essa cara que essa pessoa viu, entretanto, eu estava feliz. Tive um dia bom, calmo, falei com minha namorada, desenhei mais um Paralelos e estava tendo ótimas ideias para projetos futuros, eu estava feliz demais. Mas... Julgando pelo que a pessoa disse a felicidade não estava estampada na minha cara. Fiquei irritado, como já disse, nem foi pelo julgamento do meu humor, não, mas foi pelo simples fato de ser julgado pela falta da “estampa de feliz” no meu rosto.


Se uma pessoa está ouvindo Radiohead e bebendo sozinha ela quer morrer?


Se uma pessoa está de cara fechada e quieta, ela está com raiva?


Se uma pessoa passou o dia todo no pátio de casa olhando a movimentação da rua ela está triste e solitária?


Talvez. Mas e se não?


A pessoa bebendo sozinha e ouvindo Radiohead pode muito bem está apreciando um momento de solidão, porque sim, a solidão é uma dadiva.


A pessoa pode está de cara fechada, mas por dentro pode está lembrando-se de alguns momentos felizes, mas não rir porque a cara dela é fechada mesmo.


A pessoa pode não está triste ou solitária, ela está apenas contemplando as idas e vindas de pessoas naquela pacata rua.


Entende?


O que você vê em um rosto não é o que você enxerga de verdade, nem todos tem essa necessidade escancarada de mostrar que estão felizes.