Temos essa necessidade de
expor as coisas, não é?
Recentemente alguém disse
que eu estava demonstrando uma cara depressiva e isso se somava á música que
estava ouvindo na ocasião. Devo mencionar o quanto isso me deixou irritado?
Devo.
Neste momento, no momento da
comparação, eu deveria está com essa cara, seja lá qual for essa cara que essa
pessoa viu, entretanto, eu estava feliz. Tive um dia bom, calmo, falei com
minha namorada, desenhei mais um Paralelos e estava tendo ótimas ideias para
projetos futuros, eu estava feliz demais. Mas... Julgando pelo que a pessoa
disse a felicidade não estava estampada na minha cara. Fiquei irritado, como já
disse, nem foi pelo julgamento do meu humor, não, mas foi pelo simples fato de
ser julgado pela falta da “estampa de feliz” no meu rosto.
Se uma pessoa está ouvindo
Radiohead e bebendo sozinha ela quer morrer?
Se uma pessoa está de cara
fechada e quieta, ela está com raiva?
Se uma pessoa passou o dia
todo no pátio de casa olhando a movimentação da rua ela está triste e
solitária?
Talvez. Mas e se não?
A pessoa bebendo sozinha e
ouvindo Radiohead pode muito bem está apreciando um momento de solidão, porque
sim, a solidão é uma dadiva.
A pessoa pode está de cara
fechada, mas por dentro pode está lembrando-se de alguns momentos felizes, mas
não rir porque a cara dela é fechada mesmo.
A pessoa pode não está
triste ou solitária, ela está apenas contemplando as idas e vindas de pessoas
naquela pacata rua.
Entende?
O que você vê em um rosto
não é o que você enxerga de verdade, nem todos tem essa necessidade escancarada
de mostrar que estão felizes.