domingo, 28 de julho de 2024

Detrás da prancheta #40 - um pouco de nada e algo mais

Depois de concluir o mais recente capítulo de Atura Camuirá o certo seria eu imediatamente partir para a produção do próximo capítulo, certo? Certo. Mas eu fiz isso? Não. Por quê? Porque eu já disse em algumas postagens passadas que fiquei de janeiro até junho trampando direto e por isso decidi ficar uma semana sem fazer nada.

Quer dizer, fiz um frila e o trampo de sempre na padaria, as tarefas domésticas em casa, aproveitei para fazer um visita ao médico e começar a tratar essa maldita dor na costa e no joelho... Porra, parando para pensar, eu fiz muita coisa e não fiz o nada que eu queria fazer.

Ah, quer saber de uma coisa?

Sou péssimo em fazer nada. Se bobear você também é, viu? 

Portanto, vamos ver sobre o que eu posso falar, já que não quero deixar esse blog largado e preciso ser pelo menos um pouco útil para você, já que você se dispôs a gastar minutos preciosos da sua vida para ler isso.

Bêbado de filme

Recentemente, enquanto trocava uma ideia com o meu amigo, Pensador Louco, onde falávamos sobre Grant Morrison, Jill Thompson, Alan Moore, outros autores, filmes obscuros e outros filmes do cinema arte do Van Damme, ele me recomendou assistir Medo e Delírio em Las Vegas, um filme baseado no livro escrito por Hunter S. Thompson, um sujeito que entre doses cavalares de álcool e drogas, escrevia matérias jornalísticas.



Não sabe quem é Hunter Thompson? Dê uma jogada no google ou seja lá o que você use para fazer pesquisas e associe ele ao nome "jornalismo gonzo" e vai saber quem foi o sujeito.

Dito isto, esse filme fala sobre um jornalista norte-americano e seu advogado indo para o deserto de Las Vegas cobrir uma corrida de motocicletas. Munidos de uma maleta com todo tipo de drogas, um conversível abarrotado de bebidas e um pouco de ácido aqui e acolá, pois ninguém é de ferro, né?

No fim acaba sendo um filme sobre a decadência americana e do seu tão "idolatrado" sonho. 

O curioso desse filme é que ele é tão frenético de insano em alguns momentos, que acabei ficando bêbado junto dos personagens, há uma cena em que eles estão numa espécie de circo e as coisas saem do controle e juro para você, comecei a sentir o gosto amargo que sentia depois de botar para fora tudo que havia bebido numa noitada com a galera.

Nah, só de lembrar o gosto vem à boca.

Esse filme tem direção de Terry Gilliam e tem Johnny Depp e Benício Del Toro nos papéis principais.

Mas nem só de filmes que te deixam bêbado vive eu, mas sim de tudo que puder ler (desde que não seja autoajuda, pois esses livros só ajudam uma pessoa: o autor)

E assim, aproveitei para voltar para a Fliptru e ler algumas obras que estavam na minha lista. Se você não sabe o que é Fliptru, é uma plataforma de publicação de quadrinhos nacionais.

E acredite, se você garimpar por lá vai encontrar muita coisa boa. O quê? Você não tem tempo de garimpar nada porque tem de manter as engrenagens desse sistema fudido chamado capitalista rodando? Não se preocupe, camarada, deixa comigo que eu garimpo para nós e no seu tempo livre ou quando o patrão não estiver no teu lombo te chicoteando, venha ler para esquecer um pouco dessa realidade maldita em que vivemos.

Mas diferente de nós, que estamos chumbados à isso, há uma gangue, ou melhor, um bando, uma Revoada de gente que não se chumba aos sistema, eles surfam nos ventos formados por hyper-trilhos e vivem sem medo, pois, medrar é morrer.

Assim, sendo, apresento a você uma obra de ficção científica com ares cyberpunk chamada: Contos de Cinderella!

Link da postagem da arte

 

Contos de Cinderella, pelo que entendi, é uma antologia de quadrinhos que vai se passar nesse universo cyberpunk criado por Rafa Lima. No primeiro conto temos Bandoleta, uma jovem que junto de seus irmãos das ruas gosta de viver surfando os ventos e usufruindo ao máximo a sua liberdade, mas em dado momento ela acaba perdendo suas asas e precisa lidar com o chão.



Fiquei muito contente com essa história, a forma como as informações são apresentadas sem ficar expositivo demais ou como algumas soluções gráficas foram usadas em favor da narrativa é algo que vi poucas vezes ali na Fliptru. E a arte do Rafa é algo de cair o queixo e o cara faz tudo na munheca, meu patrão, vai vendo.



 Essa primeira história tem arte e roteiro de Rafa Lima e edição de Gabriel Paredes, que são as mentes por trás do Coletivo Caximbau e você pode ler Bandoleta e outras obras deles clicando aqui.

Mas sabe o que seria ruim para Bandoleta e seu bando?

Topar com o tal Tino DeSanto escrito e desenhado por Magu Capa!

Link da postagem original


Essa aqui é uma história que parece beber muito dos velhos pulp, obras undergrounds e um pouco de noir eu diria, embora as coisas aconteçam quase sempre dia, que contraditório, hein?

O passado de Tino é um mistério, aqui e acolá algum conhecido dele solta algo para o leitor e cá entre nós, por mim ficaria assim mesmo, mas o autor já adiantou que em breve teremos uma história revelando o seu passado.

Mas quem é Tino de fato?

Tino é tipo o Denzel Washington em O Protetor, alguém que sempre ajuda os seus e não mede esforços para tentar solucionar as coisas da forma mais fácil e rápido que ele conhece; matando. 



Eu gosto do estilo do Magu, há alguns erros tanto no desenho quanto no texto, mas o mesmo já reconhece isso e diz que está sempre tentando melhorar, o que acho admirável demais, pois ele passou uns dez anos sem desenhar e voltou apenas em 2022, portanto, acho que ele está seguindo por um caminho bem bacana.

Se você quer uma história policial com ares brasileiros, recomendo Tino DeSanto e para ler é só clicar aqui.



Mas até então eu só estou falando de bandos hi-tech, low-life e brucutus boa praça, que tal falarmos de uma bela moça gótica herdeira de uma maldição de família?

 

Link da postagem original

Vivi Morbi é o mais novo trabalho do meu amigo de longa data, Andy Corsant. Nesse quadrinho você vai acompanhar uma jovem tendo de lidar com uma maldição que está na sua família há gerações. Aliás, é uma maldição curiosa, toda madrugada, ás 03:15 o monstro Mitra (ou como ela chama, Imundice) aparece e impõe tarefas irrecusáveis à ela. Não parece seu patrão?



O Andy está dando tudo de si nessa obra, tanto em desenho, quanto na narrativa e no texto. Acho incrível como a cada novo trabalho ele sempre melhora em tudo e Vivi é de longe uma de suas personagens mais carismáticas, talvez perca para a minha sempre querida, Lucy, de Ato Falho.

Leia Vivi Morbi no site, clicando aqui ou pode ler diretamente lá na Fliptru, clicando aqui, aproveita para comentar ou perguntar algo. Ah! o Andy também tem um blog novo, O Homem Quieto, vale dar uma olhada.



Mas nem só de filme que te deixa bêbado e leitura de quadrinhos vive eu, mas sim de vídeos de curiosidades inúteis no YouTube e um sobre city pop.



Eu amo City pop, são músicas que me causam uma nostalgia estranha, como se fosse de algo que vivi mas não vivi, sabe? Por exemplo, algumas fazem eu lembrar do centro comercial de Ananindeua a noite, ou de andar de ônibus pela madrugada de Belém, coisas que nunca fiz. Entende?

Parando para pensar, essa minha identificação pode se dar por eu ter crescido sob influência de animes e seriados japoneses nos anos 90, sem contar que eu era bombardeado por isso através das revistas também. Mas dito isto, vi esse vídeo aqui e achei interessante o que ele aborda sobre o assunto, sem contar uma lista de músicas interessantes para se ouvir.

CITY POP e a saudades do que não vivemos

 Ai, ai... Quanta nostalgia...

Bom, o post ficou maior do que o esperado, hein? Se você chegou até aqui, obrigado por isso e espero que alguma das indicações lhe agrade, nos vemos no próximo post.

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