sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Detrás da prancheta #14 - Duas conclusões enquanto faço café

Dia desses, enquanto preparava um café, fiquei pensando em tudo que me aconteceu de uns anos pra cá e o quanto eu mudei por causa disso. Algumas dessas mudanças afetaram na minha produção de quadrinhos, tanto que Paralelos está num hiato faz bastante tempo, A Balada do Calibre 38 sai num ritmo mais lento que correnteza de poço e As Sombras Sobre Dois Rios também acabou sendo afetada por isso.

Sem contar os projetos paralelos a esses, como um com o Pensador Louco e um quadrinho que me foi encomendado há quase um ano e  não terminei. Espero que as pessoas e você, leitor, me perdoe por tantos vacilos, mas problemas que envolvem saúde mental são coisas que te pegam de jeito.

Assim, enquanto temperava o meu café, concluí duas coisas.

A primeira é que o cubículo onde desenho é o único lugar onde me sinto 100% livre, onde sou eu de verdade, onde me sinto bem e em paz, não saberia dizer como eu teria suportado toda a barra sem ter esse cantinho próprio e aconchegante.

A segunda é que se não fosse o ato de desenhar, por mais penoso que tenha sido e seja durante essa minha fase, eu não iria segurar as pontas e provavelmente já teria desistido dessa vida, pois tudo que eu faço gira em torno do ato de desenhar, não importa que seja apenas um rabisco solto ou páginas de quadrinho, quando faço isso eu me sinto vivo, parece que as coisas fazem sentido e que se eu continuar riscando, riscando e riscando, as coisas vão ficar bem.

Você pode achar isso dramático, pode achar que é exagero, pode achar qualquer coisa, não importa, porque é isso que eu sinto.

 

 

Inté.