segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Detrás da prancheta #02 - Faxina

Tenho dois problemas com relação a faxina no cubículo onde desenho.

O primeiro é que eu demoro meses entre uma faxina e outra, como consequência o lugar fica abarrotado de lixo (nada orgânico, claro, apenas papel, embalagens de algum material, mais papel).

 A segunda é que durante o processo, acabo achando coisas de que não lembrava e outras que eu lembrava, mas não havia necessidade de procurar. E assim, ogo, acabo passando horas observando o que achei, passo horas lendo cadernos velhos, livros que não devolvi, horas navegando nas lembranças que tal objeto (ou objetos) me faz ter.

Por exemplo, essas são as primeiras páginas de Desmortos, um quadrinho que fiz em parceria com o Vagner Francisco.


Estas não são as que foram postadas. Na época eu havia desenhado estas 16 páginas, mas o resultado não me agradou, então as engavetei e comecei tudo de novo, acho que nunca mostrei essas páginas por aqui.

Primeira versão


Segunda versão e a que foi postada

Gnás foi meu xodó, preciso dar um final para sua jornada.

Outra coisa que achei foi o primeiro rascunho dos personagens de Terminal Nova Vida.


Eu lembro bem do dia em que concebi esse quadrinho, inclusive de onde estava e a pessoa que serviu de referência para essa garota ai.

Sinto uma pontada de vergonha e desapontamento por não ter chegado ao fim destes dois quadrinhos, mas eu o farei, com certeza o farei, pelo menos o de um. 

Mas tem uma coisa boa nas faxinas que eu faço (fora o ambiente limpo e higiênico, claro), elas me fazem lembrar de coisas importantes, em alguns momentos é como se me levasse de volta à momentos que estavam quietinhos lá no cantinho da minha memória. Fico feliz por isso.

Inté.